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Startups precisam se capacitar para receber investimentos

Pesquisa da CB Insights revelou que obter recursos financeiros é a dificuldade mais citada pelos fundadores dessas empresas, com 38,46% das respostas.
Startups precisam se capacitar para receber investimentos

Uma ideia genial, que resolva o problema de milhões de pessoas pelo mundo não basta para levar uma startup ao sucesso. A pesquisa “The Top 12 Reasons Why Startups Fail”, da CB Insights, publicada em 2022, mostra que 70% das startups encerra as atividades entre dois e cinco anos de existência. Entre diversos fatores, um dos mais relevantes é a falta de capital. Um estudo realizado pelo MIT Technology Review Brasil, em parceria com o Google Cloud – divulgado em abril -, mostrou que 41% das startups brasileiras não recebem nenhum tipo de investimento, e que obter recursos financeiros foi a dificuldade mais citada pelos fundadores, com 38,46% das respostas.

Para conquistar a atenção e fazer com que os investidores abram a carteira, as startups precisam se preparar. De acordo com a mentora de startups e cofundadora da Start Growth, Marilucia Silva Pertile, o empreendedor precisa avaliar o timing para ir atrás de investimento. O momento ideal é quando a startup está indo para a etapa chamada “go to market”, pois, antes disso, ela está em um momento frágil para comprovar que a solução realmente será valorizada ou paga pelo mercado.

“Via de regra, os fundadores das startups são jovens apaixonados e imaturos. Essas características dão impulso à iniciativa, mas muitos não sabem para onde e nem como vão seguir a jornada. No mundo dos negócios as análises têm que ser mais criteriosas. É preciso avaliar, entre outros pontos, pessoas, mercado e o próprio negócio. É preciso testar. As simulações têm que ser diárias e monitoradas para gerar conhecimento. Assim o empreendedor erra menos e diminui os custos”, explica Marilucia Pertile.

O conceito de smart money refere-se ao capital investido por indivíduos ou instituições com um profundo conhecimento do mercado e uma vasta experiência em investimentos. Este tipo de transação não se limita ao aporte financeiro, uma vez que envolve conhecimento, redes de contato e estratégias de crescimento, que são essenciais para as empresas que almejam o sucesso. Em Minas Gerais, a Start Growth apoia a Log School, sediada em Sete Lagoas, na região Central.

“O smart capital é quando você coloca capital e também a mão na massa. Olhamos o perfil muito mais pelo esforço, comprometimento e, principalmente, o propósito do empreendedor. Conhecemos a Log School a partir de um projeto social que desenvolvíamos. Foi o propósito que nos juntou. Percebemos que aquele encontro poderia evoluir e passamos a investir na startup, mudamos o foco de b2c para b2b e, em dois anos, a Log School cresceu 50 vezes em faturamento”, pontua a cofundadora da Start Growth.

Especialista em aceleração empresarial e CEO do Grupo Acelerador, Marcus Marques, aponta que o smart money pode incluir ou não algum tipo de participação societária.

“A decisão depende dos objetivos dos envolvidos na possível sociedade. A parceria pode acontecer dentro de um tempo determinado, geralmente também com o investimento definido no contrato em específico. É essencial que o departamento jurídico dos envolvidos estejam alinhados quanto aos acordos, prazos, detalhes e que tudo sempre seja documentado, além de registrado em contrato, conversas no WhatsApp e até chamadas de vídeo. São pontos para proteger e ajudar as duas pontas da parceria. No caso da parceria entre o grupo Acelerador e a Fidelizi, por exemplo, a participação acionária foi estratégica para as empresas”, afirma Marques.

Ecossistemas de inovação são fundamentais para startups que buscam investimento

O estudo realizado pelo MIT Technology Review Brasil também indicou que, na hora de captar recursos, 27,88% dos empreendedores disseram que tiveram como maior dificuldade o acesso a uma rede de contatos para se conectar com investidores.

Para o CEO da FCJ Venture Builder, Paulo Sérgio Justino, o mercado de investimento no Brasil cresceu muito nos últimos anos, mas ainda é pequeno na comparação com países mais maduros. Nesse tempo, a legislação também foi modificada, com destaque para o Marco Legal das startups, em 2021, e, em 2022, a Resolução CVM (Comissão de Valores Mobiliários) 88, que modificou regras para o crowdfunding de investimentos. O objetivo é que as pequenas empresas e startups contem com mais uma alternativa para financiar seus projetos.

“Falta preparo às startups para conversar com o investidor. Ele não quer investir em algo que só existe no power point. O empreendedor precisa caminhar focando principalmente nas vendas. Depois que ele começa a vender, a chance de conquistar um investimento é muito maior. Outro problema é querer pular etapas. A startup tem que procurar apoio, participar de eventos, se relacionar. O investidor só investe em quem ele conhece”, avalia Justino.

Especialista em negócios digitais e fundador da Spoten – plataforma que conecta clubes e torcedores -, Ivan Sene já participou de programas da Misk Foundation – organização sem fins lucrativos dedicada a incentivar a aprendizagem e liderança entre jovens para um futuro na Arábia Saudita.

“Quando esse mercado de investimento começou, os investidores não eram tão profissionais. Com o amadurecimento natural do mercado e das tecnologias, ficou muito mais competitivo para levantar capital. Não basta ter uma boa ideia. A principal vantagem competitiva, além do desejo de trabalhar, é mostrar como a startup vai conseguir escalar, qual característica vai permitir ser diferente das demais empresas. Atualmente não é tanto sobre a ideia, é sobre a capacidade de geração de receita. O empreendedor deve buscar ecossistemas formados que permitam acesso a outros empreendedores, ao capital e entender o que as pessoas que têm capital querem”, destaca Sene.

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